Joan Rivière, psicanalista inglesa que atuou na primeira metade do século passado, escreveu uma obra que é referência para o estudo dos conflitos da mulher contemporânea. Em “Feminilidade como Máscara”, de 1929, ela avalia como as mulheres, conquistando competências até então tipicamente masculinas, assumem uma “máscara” de feminilidade, que serve, de certo modo, como proteção contra possíveis retaliações masculinas. Trazendo esses conceitos para a realidade cultural brasileira, a psicóloga Mirian Maranhão acompanhou, durante o Mestrado realizado na Unisinos, em 2008, um grupo terapêutico feminino na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. “Eram mulheres ligadas à economia agrícola da região, numa sociedade tão machista quanto a nordestina e que, após cuidarem dos maridos e filhos durante anos, redescobriam a própria identidade, após uma separação, ou a morte do marido, ou qualquer outro acontecimento que as levaram a reavaliarem a vida”, conta a pesquisadora. Os encontros sem...