Estamos juntos nessa...
Vinte anos se passaram e a saudade volta com uma intensidade como se tivesse sido ontem. Então eu descubro que ela nunca foi embora... Sempre foi um vazio, às vezes mais silencioso, às vezes doloroso como um buraco aberto no peito, sangrando... Evaldo foi o meu primeiro e grande amor, mas eu nunca disse isso a ele, também, naquele tempo, eu não tinha maturidade para saber, eu só sentia que tudo se iluminava na presença dele, mas como uma adolescente militante de esquerda, achava piegas falar essas coisas... Tinhamos que falar da revolução, da rebeldia, da coletividade... o amor era um assunto subjetivo demais, nebuloso... eu lembro uma vez que Evaldo veio da Bahia para se reunir comigo sobre os rumos do MCR em Alagoas ( que nunca teve rumo e não passou de um grupelho miúdo de militantes) e colocou em um papel os pontos de pauta. Estavam escritos: organização partidária, célula rural e por último...nós... nós éramos um ponto de pauta... Tudo bem, nós atropelamos tudo... ele tentou