Muito tempo livre não ajuda


Estava com saudade de alimentar meu blog, mas não encontrei muita motivação e não foi por falta de tempo, pelo contrário, foi por excesso de sedentarismo. Muito tempo livre não colabora com a organização das idéias.

Mas não faltaram assuntos para comentar nesses dias. Antes mesmo de fazer a minha cirurgia e ficar de "molho" em casa, fiz algumas matérias sobre a devastação provocada pela enchente em Alagoas e fiquei espantada com a destruição, assim como comovida com a mobilização solidária. Daria para ter escrito vários posts, que ficaram só na memória.Fiquei acompanhando tudo pelos sites e pela TV, inclusive à ótima cobertura dos meus colegas sobre os vários aspectos dessa tragédia.

Já a eliminação do Brasil na Copa me pegou num dia em que as minhas preocupações estavam voltadas para a minha própria recuperação, então, que a seleção fique pra lá (ou pelo menos foi essa a reação para ficar menos desapontada).

Esses dias de licença-médica, sem poder nem ficar com meu filho por perto, me especializei em filmes e telejornalismo. Assisti a tantos filmes que os roteiros se misturaram na minha cabeça, mas alguns são especiais e deixam impressões mais fortes, como "Coisas que perdemos pelo caminho", com Benício del Toro fazendo o papel de um viciado em heroína, que tem a sorte de ter muito bons amigos; "A noiva cadáver", animação tenebrosa e bem produzida de Tim Burton, "Guerra ao Terror" e tantos outros. Aliás, estes dias o Telecine foi meu parceiro.

No telejornalismo, o sórdido, bárbaro, chocante e todos os adjetivos que expressem indignação para se referir ao assassinato de Eliza Samúdio e tudo o mais que cerca a vida desta criatura, me deixaram estupefada. Parece que não há limites para a selvageria de alguns seres humanos! Tudo porque o goleiro queria "defender" o que perdeu: a torcida, a liberdade, a possibilidade de crescer na carreira e ganhar ainda mais dinheiro! Seria mais simples pagar a pensão, ao invés de cometer um crime tão atroz que nem a ficção seria capaz de produzir.

Mas nem tudo foi "terror" nesses dias de recuperação pós-cirúrgica. Também fui com cuidado ao cinema assistir a Eclipse na sessão da tarde, no meio da semana, sem fila e sem tumulto, coisa que não poderia fazer na rotina de dez horas de trabalho por dia. E ainda tive tempo de baixar toda a trilha sonora do filme, porque é muito bem selecionada e eu sou mesmo fá da saga e de Stephenie Meyer.

Nas últimas horas também tenho seguindo no twitter à blogueira cubana, Yoani Sanchez. Ela está mobilizada, em Cuba, pela libertação de presos políticos. De tempos em tempos, ela expressa a agonia com a greve de fome de alguns dissidentes para pressionar pela libertação deles, e fala de Coco Farinhas que está internado em um hospital de Santa Clara. Yoani foi visitá-lo e percorreu os 270 km de Havana a Santa Clara manifestando a preocupação de ser interceptada na estrada. As mensagens na internet são como os olhos do mundo que a protegem e que ela chama de "San Kilobyte".

Comentários

  1. Concordo com você. O tempo livre não ajuda a concretizar, por meio de palavras, as ideias que estão em nossa mente...

    Boa recuperação!

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  2. A blogueira é a bola da vez da estratégia de Washington de forjar uma oposição interna em Cuba. Seu multimilionário blog não é resultado de iniciativa espontânea de uma cidadã que resolveu abrir o coração, como a mídia hegemônica costuma apresentá-lo. A execução do programa que financia essa política intervencionista foi provisoriamente suspensa pelo Senado estadunidense, sobretudo por causa da prisão, em Cuba, de um enviado de Washington que tinha a tarefa de tratar da distribuição do dinheiro. (Hideyo Saito)

    Que essa história toda é muito suspeita, lá isso é!

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