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Mostrando postagens de 2010

Que venha 2011...

5 Último dia do ano... último dia de férias... Embora seja só uma data no calendário, não tem como fugir ao contágio desse espírito de renovação. As retrospectivas nos remetem à uma avaliação pessoal também. O que fizemos, o que deixamos de fazer, quais são os novos projetos, as coisas que precisam melhorar? 2010 foi um ano muito bom pra mim. Um ano de reconstrução, de superar feridas profundas que foram abertas em 2009. O balanço é positivo. Eu fui feliz em 2010, especialmente do dia das mães para cá. Quero ser mais feliz ainda em 2011! A vida é generosa comigo e eu quero agradecer me tornando uma pessoa melhor, superando meus medos, deixando o amor crescer em mim sem sustos. Alguém disse que eu sou forte, corajosa e determinada. Eu quero ser isso tudo. Mas para aprender a viver intensamente tudo o que a vida nos trouxe! Feliz 2011, com saúde, paz e amor!

Mais um poeminha de amor

Sobre o amor O amor não realizado vira poesia O amor platônico sempre é poesia O amor romântico inspira os mais belos poemas Sofrer por amor pode ser tema de samba-canção Saudade e melancolia curam-se com poesia A dor da rejeição só a poesia alivia Por isso há tanta poesia Só o raro encontro de amor recíproco, vivenciado e pleno Não carece de palavras e ninguém sabe onde acontece

fluindo...

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Poeminha que escrevi tem muitos anos e reencontrei nas gavetas. Quantas vezes encontrar o que procuro e tantas vezes escapar das minhas mãos Eu não sei me agarrar às coisas Elas giram livres a minha volta como as pessoas vem e vão foto: desenho de luz do aikido

Neste Natal...

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Neste Natal eu ganhei e perdi... Ganhei em autoconhecimento e em resignação com as situações da vida que não podemos controlar. Momentos que precisamos encarar com paciência e coragem Perdi, porque não é fácil encarar as próprias limitações e descobrir que apesar de ter vivido uma vida inteira, ainda tenho muito o que aprender... A nossa felicidade não pode depender dos outros, essa é uma lição dificil. Cada pessoa é um universo único e deve ser vista nessa grandeza. Por isso, como dizem os orientais, "o deus que há em mim saúda o deus que há em voce".

Vá tomar no cu!

É isso mesmo... é esse palavrão chocante que eu quis dizer... Sou uma jovem quarentona, mãe de um filho e que foi educada em casa e no colégio católico a não dizer palavras feias e não expressar raiva... é vulgar para uma mulher, é o que me explicaram... Já homem, no trânsito, no futebol e na mesa de bar, pode falar a merda que quiser... Acontece que eu fico puta com falso moralismo! Esse tipo de gente que aponta o dedo podre para apontar o menor deslize dos outros. E hoje tem mil recursos para essas figuras que não tem o que fazer. Claro, ao invés de fofocar na praça ou gastar horas ao telefone, é só postar no youtube... A coisa se reproduz, ganha outras dimensões, até que uma simples brincadeira, com um tom sexual, se tranforma no escândalo do ano. Ahhh, vá a puta que te pariu, né! Eu não vou me dar ao trabalho de explicar sobre o que estou falando, porque a associação vai ser fácil. Se não for ao caso específico a que me refiro, a bronca serve para qualquer um parecido.

Tenho um presente para agradecer...

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Neste dia das crianças e da padroeira do Brasil, eu tenho um presente para agradecer: Ernesto Ernesto é um menino lindo que encanta a minha vida à 4 anos e sete meses. Ele foi um presente especial desde o início. Apesar da gravidez nas vésperas dos 40 anos, tive uma gestação tranquila, com trabalho e hidroginástica até a semana do parto. Nada de pressão alta, diabetes gestacional e essas coisas que assustam as grávidas, principalmente as mais maduras... Depois ele nasceu de um parto normal, rápido. Entrei na sala 6 h, quarenta minutos depois Ernesto estava comigo, e já foi logo mamando. Isso parecia o básico, mas depois de conversar com amigas que tiveram sérios problemas para amamentar seus filhos, eu vi que sou uma privilegiada! A única doença que Ernesto teve até hoje foi uma tal de roséola que não pareceu muito assustadora. E que Santa Terezinha de Lisieux, que é minha cúmplice com relação à Ernesto, continue a protegê-lo para que essa saúde toda só se fortaleça! É claro q

Daniel e as Libras

O professor de linguagem brasileira de sinais (libras), Daniel Paes, da Faculdade de Letras da Ufal, ganhou os três primeiros lugares no concurso de fotografias promovido pela Fusió d'Arts, em Benissanó, localizado em Valencia, Espanha. Com suas mãos expressivas, Daniel criou forma e conteúdo, para expressar a importância das libras. “A Fusió d'Arts é uma associação e empresa cultural que luta contra as barreiras sociais. Ela promove eventos vários para reunir surdos, ouvintes, surdocegos, etc no sentido de facultar a todos o direito de viver em sociedade sem preconceitos ou qualquer tipo de obstáculo”, explica Daniel, que ficou bastante emocionado com o reconhecimento. O concurso de fotografias para surdos e ouvintes, foi o primeiro realizado pela associação e foi divulgado por toda comunidade Valenciana e toda a Espanha. Foram 30 participantes, cada um com cinco fotos (reunindo 150 fotos) que tiveram como lema comum: “Nuestras manos expresan” (Nossas mãos se expressam)

Uma rosa...

Uma rosa que estava tão vermelha, viçosa, feliz... Irradiava vida por cada pétala. Foi colhida, presunçosa e orgulhosa diante de tantos olhares e entregue como demonstração pública de uma paixão esfuziante... Palavras que ressoaram no universo foram pronunciadas: "minha vida", "meu amor", "meu sol", "minha lua"... " amor vim te buscar em pensamento ..." Mas, de repente, vem o corte, a dor, a falta de luz... Nada resta à rosa, senão murchar devagar, sem ódio, amando... Morre a rosa, como um sonho que é arrancado do peito, numa noite de lua tão bonita que chegava a agredir aos olhos, tristes com tanta beleza não vivida, com tantos planos agora sem perspectiva de realização... Morre por falta de esperança, o necessário adubo da alma...

Muito tempo livre não ajuda

Estava com saudade de alimentar meu blog, mas não encontrei muita motivação e não foi por falta de tempo, pelo contrário, foi por excesso de sedentarismo. Muito tempo livre não colabora com a organização das idéias. Mas não faltaram assuntos para comentar nesses dias. Antes mesmo de fazer a minha cirurgia e ficar de "molho" em casa, fiz algumas matérias sobre a devastação provocada pela enchente em Alagoas e fiquei espantada com a destruição, assim como comovida com a mobilização solidária. Daria para ter escrito vários posts, que ficaram só na memória.Fiquei acompanhando tudo pelos sites e pela TV, inclusive à ótima cobertura dos meus colegas sobre os vários aspectos dessa tragédia. Já a eliminação do Brasil na Copa me pegou num dia em que as minhas preocupações estavam voltadas para a minha própria recuperação, então, que a seleção fique pra lá (ou pelo menos foi essa a reação para ficar menos desapontada). Esses dias de licença-médica, sem poder nem ficar com meu filh

A vida de copa em copa

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Chegando ao trabalho para cumprir a missão do dia em pleno horário do jogo do Brasil, comecei a fazer um exercício de memória sobre o que eu estava fazendo nas últimas copas. Essa, decididamente, é a primeira vez que estou trabalhando durante um jogo da seleção. Ernesto queria torcer comigo, saiu da escolinha todo de verde e amarelo. Por sorte, ele cochilou depois do almoço e eu saí de mansinho para trabalhar... Na copa de 2006, eu estava de licença-maternidade. Ernesto estava completando dois meses. Vesti meu bebezinho lindo de verde e amarelo e fui assistir aos jogos na casa de parentes, tentando protegê-lo do barulho dos fogos. Mas, coitado, de vez em quando eu assustava o pequeno com um grito de gol. Na verdade, para mim, a grande estrela dessa copa, foi Ernesto! Em 2002, foi aquela copa do fuso horário mais maluco, na Coréia e Japão. Lembro que alguns dos jogos foram reuniões animadas durante o café da manhã. Teve jogo que eu assisti sozinha, em casa, durante a madrugada, e de

Por que tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?

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A letra dessa música, interpretada por Roberto Carlos, não me saia da cabeça enquanto eu fechava uma matéria para colocar no site da Ufal, sobre um projeto desenvolvido pelas nutricionistas da Ufal para orientar as pessoas a eliminarem o consumo de gordura trans. "Pescando” no Google fotos para ilustrar a matéria, é que eu fui ficando mais preocupada. Tudo gostoso. Tudo de encher os olhos. Eu, que sou viciada em biscoitos recheados, adoro batatas fritas de saquinho e não resisto a um sorvete, comecei a pensar: “ihhh, eu estou entupida de gordura trans!”. A sorte é que pratico atividades físicas com frequência e também tento equilibrar a alimentação com frutas, verduras, legumes e o bom arroz integral. Mas, lendo informações sobre o assunto, diante do fato de que não se deve consumir mais do 1% de gordura trans por dia, e me deparando com afirmações mais radicais, do tipo: “a gordura trans não deveria ser consumida nunca!”, sei não, acho que estou muito longe de uma alimentaçã

A hora de deixar a luz do sol entrar...

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Tá certo... já chega de lamentações, medos, inseguranças, desconfianças, etc etc etc... Está na hora de abrir todas as janelas e deixar entrar o vento e a luz do sol, com a energia revitalizadora que faz sarar as feridas e renova a vontade de viver e ser feliz... A vida é generosa comigo e, apesar dos erros e vacilações, sempre me ofereceu novas oportunidades de aprender e recomeçar... E agora me presenteia com um reencontro intenso e iluminado. Seria tolice deixar que os fantasmas das feridas passadas fossem mais fortes do que essa história que pede passagem para se construir... Não, a vida é mais forte! É como a letra de uma música religiosa que recebi hoje de mãos especiais: "O amor é bálsamo na triste lida, o amor é mais, também é paz, o amor é vida". Então, com fé, vamos seguir adiante... Chegamos ao dez de copas! Não é uma final feliz, porque é um começo... a vida tem seus desafios, mas também sabe recompensar a quem tem um coração sincero.

Aqui estamos no arcano da separação...

Uma lição da mitologia, reproduzida nas cartas do tarot. Eros e Psique se amam e se casam. Psique era mortal, limitada por sua própria condição. Mas Eros era um deus, perfeito e superior. Por isso, o casamento tinha uma regra: Psique não poderia olhar o rosto do amado. No castelo erguido para viverem esse amor, Eros chegava sempre que anoitecia e as lâmpadas estavam todas apagadas... Psique tentou se adaptar a essa rotina na escuridão, mas um dia, ao receber a visita de suas irmãs, foi convencida de que não poderia continuar assim e deveria confrontar o amado. Nesta noite, ela preparou uma lamparina e quando Eros chegou, iluminou o rosto dele. Eros fugiu, enraivecido por ter a confiança traída pela amada. Ela chorou ao perceber quanto o magoara... Essa é a imagem do cinco de copas. Mas, apesar da dor da separação, analisando bem a carta, vemos que há uma esperança. Fica intacta uma taça, mesmo que as outras estejam caídas, a essência do amor permanece, o que indica a possibilida

O ofício de esperar...

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Um encontro é feito de muitas solidões, pensei eu essa semana, porque quando voce espera alguém, a vida parece que fica em suspenso... por mais concentração que se tenha nas tarefas diárias, uma expectativa sempre preenche todos os espaços, às vezes tranquila, às vezes aguda, urgente... até mesmo dolorosa... É impressionante encontrar uma pessoa repentinamente e sentir como se já a conhecesse há séculos. Mas ao mesmo tempo, existe uma lacuna de existência, um desconhecimento de tanta coisa que aconteceu nessa vida... o que fazer? Esperar que essas energias de conhecimento e ignorância se equilibrem... E para quem esperou um período indefinido, agora é preciso esperar que o reencontro amadureça em seu tempo, sem ser atropelado pela ansiedade, pela insegurança, pelo medo de uma nova separação... Não é fácil, é uma tarefa árdua essa de esperar... foto do http://carlossimo.arteblog.com.br/148798/Sala-de-espera/

Isso não acontece todo dia

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Adoro quando a Pink Dink Doo, personagem do desenho de Jim Jinkins, pronuncia entusiasmada essa frase sempre que se depara com algo raro, extraordinário. "Isso não acontece todo dia"!!! Meu dia ontem foi assim, surpreendente. Primeiro, uma matéria na qual eu não apostava muito, mas que rendeu um momento bem inesperado. Na verdade, eu não colocava a menor fé na bomba de Maragogi. Um artefato da 2ª guerra mundial, que estava enterrado há anos na área urbana do município e que nunca assustou ninguém. Quando a tal bomba foi localizada durante escavações de uma obra de saneamento, algumas pessoas acreditaram que se tratava de uma botija com moedas antigas, e cairam de marteladas e picaretadas no artefato bélico... Eu viajei para Maragogi pensando no sentido que teria filmar aquela bola enferrujada e acabada. Mas a "coisa" estava muito viva. A operação toda da polícia para deslocar a bomba para uma área menos habitada e detoná-la, rendeu boas imagens, mas nem mesm

Vassoura: uma tradução literária de uma tragédia que se abateu sobre a região cacaueira da Bahia

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texto do editor de A Região O jornalista Daniel Thame lança no próximo dia 18 de maio, em Itabuna, o livro “Vassoura”, uma série de contos e crônicas que tem como tema a vassoura-de-bruxa, doença que destroçou a economia da Região Cacaueira da Bahia, a partir de sua disseminação no início da década de 90 do século passado. Trata-se de uma obra de ficção, em que a abordagem foca as tragédias pessoais provocadas pela doença, cujo poder de destruição se mostrou letal, e em poucos anos reduziu em quase 90% a produção de cacau e reduziu fortunas a pó. “A despeito do impacto negativo que provocou na vida de milhares de pessoas, enquanto literatura o tema é fascinante e foi isso que o procurei fazer”, afirma o jornalista, nascido em Olímpia (SP) e radicado em Itabuna desde 1987. Gerente de jornalismo da TV Cabrália e repórter/editor do jornal A Região durante 13 anos, Daniel Thame testemunhou o ocaso de uma região baseada na monocultura do cacau. “Hoje, testemunho e participo do renascim

A palavra que Aurélio mais gostava...

Disse a viúva de Aurélio, a dona Marina, que das centenas e centenas de palavras que Aurélio Buarque de Holanda definiu, a que ele mais gostava era saudade... É mesmo uma palavra bonita, mas vem acompanhada de uns sentimentos que o dicionarista pode definir com facilidade, mas são difíceis de carregar no peito, como melancolia, angústia, tristeza... Ontem, visitando Passo de Camaragibe para fazer a matéria sobre o centenário de nascimento do mestre, fui atacada destas saudades sem explicação alguma, e fiz mas um poeminha abestalhado... Lá vai Sinto saudades Não sei mas de que nem de quem É uma saudade de um tempo que eu não lembro de uma gente que não conheço de lugares a que nunca fui Mas a saudade dói Como se eu estivesse fora do eixo como se fosse estrangeira nesse lugar Parece que num lapso de memória esqueci que sou daqui mesmo e vivo a suspirar desprovida da minha história foto: minha, na estrada de Passo

Poeminha que a Cecília fez para mim...

Claro que é uma tremenda pretensão, mas pego emprestado esse poema para esse momento: "Tenho fases, como a lua Fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Perdição da vida minha! Tenho fases de ser tua, tenho outras de ser sozinha. Fases que vão e vêm, no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso. E roda a melancolia seu interminável fuso! Não me encontro com ninguém (tenho fases como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, o outro desapareceu..." (Lua adversa - Cecília Meireles)                                imagem do blog

Poeminha tosco para curar uma mágoa

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Era uma ferida aberta disfarçada por um sorriso Mas quem poderia saber? E o toque que seria de cura sem querer magoou mais ainda Mas tudo cicatriza meio torto, meio feio, ainda em brasa Tudo caminha para algum fim meio tosco, partido, mal colado Até que um dia a beleza da vida se revela de novo numa manhã orvalhada e leve em que o peito parece não doer mais No entanto, até que chegue essa alvorada de alívio será preciso atravessar uma longa e silenciosa noite Não há como fugir para sarar de verdade é preciso sentir a dor imagem tirada do blog

Mulheres que correm com os lobos...

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Estou revisitando este livro de Clarissa Pinkola Estés, que foi lançado em 1992 e eu li a primeira vez dez anos depois, em 2002. Desde então, ele é um companheiro silencioso na estante. Quando eu preciso lembrar algum recado do arquétipo da mulher selvagem eu releio partes... É um livro bom quando se está vivendo um processo de mudança. As velhas lendas infantis contêm mensagens importantes passadas às gerações, para alertar sobre armadilhas que corremos o risco de cair quando estamos ainda na fase nebulosa de se redescobrir e decidir sobre um novo rumo... Recados como não se contentar com pouco, ou não tentar colar os cacos de qualquer jeito... "Há algo na alma selvagem que não nos permite sobreviver para sempre com migalhas. Porque na realidade é impossível para uma mulher que luta pela conscientização respirar um pouquinho de ar puro e se contentar com isso só. Lembre-se de quando voce era criança e descobriu que era impossível cometer suicídio prendendo a respiração? Em

Estamos juntos nessa...

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Vinte anos se passaram e a saudade volta com uma intensidade como se tivesse sido ontem. Então eu descubro que ela nunca foi embora... Sempre foi um vazio, às vezes mais silencioso, às vezes doloroso como um buraco aberto no peito, sangrando... Evaldo foi o meu primeiro e grande amor, mas eu nunca disse isso a ele, também, naquele tempo, eu não tinha maturidade para saber, eu só sentia que tudo se iluminava na presença dele, mas como uma adolescente militante de esquerda, achava piegas falar essas coisas... Tinhamos que falar da revolução, da rebeldia, da coletividade... o amor era um assunto subjetivo demais, nebuloso... eu lembro uma vez que Evaldo veio da Bahia para se reunir comigo sobre os rumos do MCR em Alagoas ( que nunca teve rumo e não passou de um grupelho miúdo de militantes) e colocou em um papel os pontos de pauta. Estavam escritos: organização partidária, célula rural e por último...nós... nós éramos um ponto de pauta... Tudo bem, nós atropelamos tudo... ele tentou

O desenvolvimento econômico mudando a paisagem...

Hoje acompanhei a audiência pública para discutir a instalação do Estaleiro Eisa em Coruripe. Mais de duas mil pessoas foram mobilizadas. Gente de vários grupos partidários, organizações sociais e pescadores. A maioria quer a empresa funcionando na cidade. Todos sabem que isso vai mudar a paisagem daquela região bucólica, mas estão dispostos a enfrentar as consequências. Vai ser estranho, no horizonte onde só se viam barcos pequenos e jangadas à vela, de repente vislumbrar um enorme navio cargueiro. Mas a necessidade de desenvolvimento econômico fala mais forte. Nessa região de emprego sazonal no corte da cana ou dos desafios da pesca artesanal, as pessoas querem contar com uma mega empresa que vai gerar mais de quatro mil empregos diretos e uns vinte mil empregos indiretos. É muita coisa para uma cidade com poucas opções. Na verdade, é dificil projetar a dimensão do que vai ser esse estaleiro em Coruripe. Algumas pessoas nem acreditam que isso vai mesmo acontecer. Mas tud

Liberdade para os tambores...

Hoje parecia uma tarde perdida no trabalho. Minha primeira pauta caiu. Era sobre um homem que estava denunciando a prisão injusta do irmão dele. Quando eu cheguei lá para apurar, a tal vítima estava cumprindo pena de sete anos pelo assassinato da esposa, conseguiu a liberdade condicional ano passado e simplesmente não compareceu ao fórum nenhuma vez para assinar o livro de controle da Justiça... tinha mais é que ser preso mesmo! No lugar da pauta frustrada, a produção me mandou entrevistar o comandante do policiamento da capital sobre os assaltos e furtos nos bairros da cidade... um saco, né, porque esse tipo de matéria infelizmente já virou rotina. Quando cheguei ao CPC, encontrei o Betinho, advogado das minorias da OAB. É sempre bom sinal encontrar esse camarada, que conheço desde os tempos em que divulgava os ritmos da cultura afro. Betinho estava esperando para ser recebido pelo Coronel Mário da Hora, comandante do policiamento da capital, acompanhado por um senhor e uma senh

Um dia longoooo

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Um dia longo, muito longo, começa com uma madrugada cheia de sonhos confusos, por causa de recordações remexidas por uma sessão de terapia na noite anterior. Depois, quando o sono começa a encaixar direito, o filho chama às 4h30 e o jeito é sair de vez da cama... Um dia longo é aquele em que parte de voce está concentrada na rotina e a outra parte segue estranhamente conectada com um mundo invisível, que te envia sensações ainda sem tradução, mas que de alguma forma são familiares... Um dia longo é aquele que ao invés de ir para casa no final de um dia de muito trabalho, voce resolve dirigir um pouco a esmo e depois perambula perdida em pensamentos, tentando encontrar alguma coisa dentro de si mesma... E como um dia longo, tinha que terminar de um jeito estranho, voce entra no msn esperando conversar com uma pessoa, que não se conecta, e aparece outra que resolve te contar o que voce foi na vida passada... e aí voce chega à conclusão que é melhor ir para cama, encerrar esse dia e

No escurinho do cinema...

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Não fui assistir a Avatar logo quando entrou em cartaz em Maceió, ainda bem, porque ontem tive a oportunidade de ver o filme em 3D, no lançamento da primeira sala de cinema com essa tecnologia aqui na capital alagoana. Foi incrível ver todas aquelas cores, a floresta, aqueles seres mágicos, se movendo como se pudessem sair da tela a qualquer momento. Realmente, é um recurso que envolve o espectador de uma forma que é impossível não reagir aos movimentos dos personagens... Sobre o filme, considerei tudo o que disseram sobre ele ( e falaram muito nesse período). Mas, francamente, algumas coisas são bem básicas do cinema americano. É como recontar de várias formas aquele episódio ainda não digerido da história recente dos EUA: a derrota na guerra do Vietnã, na década de 60 do século passado. Não sei a quantos filmes já assisti, com diferenças, mas o mesmo enredo da grande potência armamentista, derrotada por umas centenas de nativos, armados com a paixão pela terra em que vivem e p

Um final feliz?! Bom, ainda não é o final...

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Ontem pela manhã, iniciei o dia de trabalho na assessoria da Ufal triste com a informação de mais um menino desaparecido na capital alagoana. A mãe estava desesperada. Passou a noite sem dormir procurando por Ruan, de 9 anos. Ele saiu de casa, depois de uma discussão em que ela acabou batendo nele. Essas histórias de mães procurando os filhos sempre me deixam com o coração apertado. Fiquei rezando por um desfecho positivo. Quando cheguei à tarde para trabalhar na TV, fiquei feliz com a informação de que o menino havia sido encontrado e estava voltando para casa. A imprensa ficou mais de uma hora esperando na porta da casa pelo tão esperado abraço de mãe e filho. Mas, na verdade, a cena não foi tão bonita. O menino estava visivelmente constrangido e assustado. Não quis abraçar a mãe e nem fez cena para os jornalistas. Crianças são bem autênticas. Conversei com a familia depois, sem querer me intrometer demais em detalhes que não são da minha conta... Mas parece que não era nada gra

No subterrâneo mundo de Psique

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Ando cumprindo com todas as minhas tarefas diárias: trabalho dez horas por dia, no mínimo, cuido de Ernesto e minha casa está o mais arrumada possível, levando-se em consideração que tenho um furacão de quatro anos dentro de um apartamento de dois quartos. Mas apesar de externamente a vida andar na rotina, a verdade é que nos últimos dias estou como Psique descendo ao inferno. Um lugar onde é preciso abandonar as esperanças para que as sementes germinem em silêncio, antes de poderem se erguer de novo à luz do sol. Mas vou logo acalmando aos amigos. Não tem nada a ver com depressão. Depois que eu li "O Demônio do Meio Dia", de Andrew Solomon, há uns sete anos, eu descobri que tenho uma reserva de energia considerável para me manter longe desse estado, mesmo diante dos contratempos da vida. Na época eu era repórter da área policial, trabalhava durante a madrugada, e uma certa "melancolia" me contaminava quase todos os dias... Também, eu via cada cena... Mas quem m

Há dias ruminando pensamentos...

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Estou naquela fase de pensamentos movendo-se silenciosamente lá no fundo do cérebro, sem vontade de vir à tona... enquanto ando nessa lua nova, vou postar emprestado um poema de Neruda que minha amiga Célia enviou, com uma linda ilustração:

Essa viagem até nada...

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Algumas situações da vida nos fazem pensar na ridícula vaidade humana, que muitas vezes ressalta com uma enorme ansiedade metas que, uma vez conquistadas, não valem grande coisa... Fiquei pensando também no reverso, vidas dedicadas a ideiais realmente grandiosos, mas que, uma vez alcançados, foram de tal forma manipulados, que se transformaram também em nada pelo que valesse a pena morrer... Refletindo sobre essa coisas, lembrei de uma música que ouvi com emoção há alguns anos, em Cuba. A letra poética e profunda revela com muito mais clareza o que estou querendo dizer. Ainda mais porque se trata de um poeta que viveu em um país que bradava nobres ideais, e, como diz Luis Eduardo Aute, em "La Belleza", quase tudo acabou como escadaria para a glória de poucos. Não é com pessimismo ou amargura que faço essas reflexões. Como diz Fernando Pessoa "tudo vale a pena se a alma não é pequena". Por isso, para mim nada que foi feito com dedicação e amor se perde totalmente

Revelar segredos...

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"Procuro um amor que seja bom pra mim. Vou procurar, eu vou até o fim. E eu vou tratá-la bem, para que ela não tenha medo, quando começar a conhecer os meus segredos" ( Segredos , Frejat) Não tem jeito, né. Não dá para se relacionar com alguém com mais profundidade sem revelar quem somos. Não todos os segredos, mas o caráter, fruto de uma história com muitos episódios, alguns alegres, outros traumáticos... Não tem como deixar alguém se aproximar, sem baixar um pouco a guarda, sem abrir a armadura... mas isso é bastante assustador, principalmente quando já se tem alguns "cadáveres" escondidos no armário. Por isso Reich dizia que a couraça que te proteje é a mesma que te impede de amar. Ou seja, para amar, de certa forma, é preciso se tornar frágil. Esse é um drama que se torna mais complexo com a idade, e com toda a estrutura de proteção que formamos para nos defender das "topadas" da vida. É por isso que é preciso mais coragem para amar e sorrir, do qu

O meu maior amor

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São quatro anos experimentando um sentimento que antes eu não tinha como dimensionar. A palavra incondicional sempre me pareceu subjetiva demais, não dava para fazer idéia do que seria amar assim... Mas agora eu sei de todas aquelas frases que são tão batidas sobre o amor maternal. Tudo se aplica ao que sinto pelo Ernesto. Nada parece piegas demais, lugar comum ou frase feita. Todos os agradecimentos à Deus por essa oportunidade. Ernesto veio para a minha vida quando eu já tinha passado por mil experiências. Uma mãe madura, cheia de histórias, que pelo menos por enquanto eu prefiro não contar para ele. Se Ernesto for tão levado como eu, vou ter um ataque cardiaco. Os riscos de uma gravidez beirando os quarenta anos, não me atingiram, graças à Deus. Fiz hidroginástica na academia da Bam até a barriga ocupar boa parte da piscina. Trabalhei até quinze dias antes do parto. Dirigi até na hora de parir e voltei para casa dirigindo. Ernesto nasceu de parto normal, lindo, saudável, mamou

Carteirada: o mico do ano

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Sinceramente, o ano está apenas começando, mas espero que não tenha mico maior do que esse. Vexame nacional envolvendo autoridades da segurança pública que foram "remendar" o mal feito e acabou ficando pior. Se já não bastasse a "carteirada" dos policiais e a prisão desnecessária da gerente do Centerplex só porque ela estava cumprindo as normas da empresa, a Secretaria de Defesa Social arranjou às pressas um documento em papel timbrado do Gecoc, núcleo de combate ao crime organizado do Ministério Público, para justificar durante coletiva que a ação dos policiais era correta. Só que o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, não quis apresentar o documento à imprensa, e depois eu fiquei sabendo porque. A redação era mal feita, sem assinatura e ainda com erros de ortografia. A palavra cinema, por exemplo, estava escrita "cenema". O promotor de Justiça, Edelzito Andrade, foi à imprensa desmentir o tal documento e a autorização para uma operação "

A polêmica da "carteirada"

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Policiais do Tigre - Tático Integrado da Policia Civil - alegam que estavam à trabalho quando tentaram entrar nos cinemas da Centerplex para "investigar" venda de drogas. A gerente do estabelecimento garante que eles não apresentaram nenhuma documentação comprovando a operação policial. As contradições ainda serão investigadas, mas tem dois fatos que estão evidentes: o primeiro, não havia a menor necessidade daquele "desfile" de policiais armados para deter uma gerente que estava cumprindo a função dela, e não havia porque arrastá-la pelos corredores mais movimentados do shopping, diante de familias e demais clientes. Está claro que os policiais quiseram "punir" a gerente com o constragimento da situação. A segunda constatação, bastante clara para todos, é que a cultura da "carteirada" é mais do que comum em Alagoas. E não é só entre policiais não. Em todas as categorias que se sentem de alguma forma "autoridade", até mesmo entre jo

Boa sorte sou eu!

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Estava aqui vivenciando o meu dia da Mulher, com as mesmas obrigações rotineiras, mas fazendo mentalmente aquele balanço de ganhos e perdas. Cheguei a conclusão que me orgulho de mim e me amo bastante. E isso não é fácil de dizer, mulheres são educadas para a culpa, desde a Igreja, que nos inculte a responsabilidade pelo pecado orginal, à Freud, que indica a mãe como mentora de todas as paranóias. Por isso, nos culpamos, nos exigimos, acreditamos que não somos suficientemente bonitas, não somos competentes à altura, não somos mães presentes em tempo integral e se o casamento falha, provavelmente é nossa culpa. Mas... a essa altura da minha vida, já me conheço o suficiente para dar às minhas conquistas uma importância maior do que às minhas falhas. E posso ser tão tolerante comigo mesma, como tenho sido com todos os que me decepcionaram ou me magoaram nessa vida. E posso ser tão agradecida a mim mesma por ter prosseguido, como sou grata a todos as pessoas que me ajudaram, e foram

No meio do nada...

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Fico impressionada com a capacidade dos homens de transformar a paisagem. É claro que não é uma interferência impune. Sempre há consequências quando se altera o ambiente. Mas, de forma consciente e cuidadosa, é o preço do progresso, não é? Ontem, fui fazer a matéria sobre a Eco Via Norte, a estrada que será aberta entre o Benedito Bentes e Guaxuma. Hoje é uma estrada de terra usada por sitiantes da região, motoristas de vans irregulares fugindo da fiscalização e bandidos que desovam carros e corpos. Com a estrada, a prefeitura quer abrir uma nova área de expansão da cidade, além de facilitar o percusso entre o aeroporto e o litoral norte. Fiquei ali parada, olhando aquela extensão de terra, com pasto e nada além, a perder de vista, e imaginando como deve ficar em uns anos. Primeiro uma estrada larga, valorizando o terreno por onde passa. Mais visibilidade para os conjuntos habitacionais populares que ficam esquecidos naquele canto. Depois que a estrada entrar no gosto da população

Só Jamal é bom?

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Ontem à noite assisti no Telecine ao filme "Quem quer ser um milionário". Fui dormir sob o impacto das cenas e do enredo desconcertante. Não avalio as questões técnicas: montagem, trilha sonora, roteiro, etc etc. Não sou crítica de cinema e não tenho conhecimento, a não ser o leigo de achar bom ou não... Mas, apesar de um filme que prende a atenção do espectador do começo ao fim, e do ritmo alucinante dos programas de auditório feitos para paralisar o público, a sensação provocada pela história é muito contraditória. Então a narrativa do filme é feita pelo menino bom ao torturador? É justamente o policial que tortura a única pessoa em toda a história que escuta de verdade aquele rapaz? Salim é ao mesmo tempo protetor e o maior vigarista. Ninguém é bom ali, só Jamal. E como todos os bons ele é ingênuo e incapaz de proteger suas conquistas, nem mesmo um autógrafo conquistado depois de um banho de merda ele foi capaz de esconder... E Latika, não sei o que dizer dela... em to

Uma comunidade de mulheres competentes

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Circulando pelos campi da Ufal,  inclusive o que ainda vai ser inaugurado no sertão, podemos constatar uma realidade animadora: está comunidade é composta por mulheres competentes, destacadas, que lideram e criam em todas as áreas. Pelo menos nesse universo acadêmico, frases como: as mulheres não ocupam posição de destaque, as mulheres não são reconhecidas à altura de sua produção, etc parecem estar sendo superadas. Não que vivamos numa sociedade à parte, mas pelo menos nessa instituição, as mulheres conquistaram posições importantes, por mérito. Começando pelos principais cargos de direção: a reitora da Ufal, Ana Dayse Dorea, a diretora do Campus Sertão, Edméia Nunes, a diretora acadêmica do campus Arapiraca, Simone Ferreira. Depois vamos percorrer as pró-reitorias. É bem verdade que a equipe de pró-reitores é masculina. Das seis pró-reitorias, apenas uma é gerenciada por mulher: Silvia Cardeal, pró-reitora de Gestão do Trabalho e das Pessoas. Mas, nas demais, os pró-reitores co

Vale a pena "tietar" a prata da casa

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Desde os tempos em que fui diretora da Educativa FM (1999-2003) fiquei avaliando melhor a qualidade dos compositores e cantores alagoanos. Mas sempre me ressenti da nossa pouca "tietagem" à prata da casa. É isso mesmo. Acho que nossos talentos mereciam mais "confete", festa, divulgação, público, tudo o que tem direito... Ontem me deparei com outro talento alagoano, que tem um público conquistado em dez anos de trabalho, passeando do jazz à bossa nova, do rock à MPB. Fernanda Guimarães já é um nome conhecido nessa terra, mas merece muito mais ser festejada pelos alagoanos, antes que, a exemplo de tantos artistas da terra, acabe sendo reconhecida e "descoberta" em outras praças. Uma voz suave e forte, intérprete segura e compositora talentosa, Fernanda Guimarães lança hoje o primeiro CD, Verbo Livre, no Centro de Convenções, 20 h. Vale a pena conferir, comprar o trabalho, que vai ser vendido nas lojas "Mãos de Mestre" e "tietar" à vonta

Professores são convidados a se "apaixonar" pelo sertão

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"O sertão contagia". A afirmação foi da diretora do campus Sertão, professora Edméia Nunes, durante a abertura da semana de inserção dos novos docentes, iniciada neste segunda-feira, 1, na biblioteca da Ufal. A reitora da Ufal, Ana Dayse Dorea, também destacou que a construção do campus Sertão é uma satisfação pessoal. “Como sertaneja, sei das dificuldades que enfrentei para cursar a universidade em Maceió. Eram dez horas de ônibus do sertão até a capital, e quando o rio Ipanema enchia, era preciso atravessá-lo de canoa, para pegar o transporte do outro lado”, lembrou a reitora. Outra sertaneja emocionado com o início do funcionamento do campus em Delmiro Gouveia é a professora Elza Maria, , coordenadora de Cursos de Graduação. “Também sou sertaneja. Assim como a reitora, fiz um grande esforço para cursar a universidade na capital. Mas muitos amigos ficaram no interior sem essa possibilidade. Por isso, a interiorização da Ufal representa tanto”, disse Elza. Muitas mudanç