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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Hoje foi dia de frevo!

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Quando eu acordei de manhã com trovoadas e relâmpagos, até pensei que o domingo de carnaval que eu tinha prometido para o Ernesto iria por água abaixo... mas ainda bem que a cidade não inundou e por volta de dez horas da manhã o tempo abriu... Ernesto vestiu a fantasia de Ben 10, aliás, a mais usada esse ano pelos meninos, e correu radiante para o carro, rumo à festa. Primeiro, a oficina do pintinho, organizada pelo bloco Pinto da Madrugada, especialmente para as crianças, na Praia de Ponta Verde, com os frevos tocados pela banda da Polícia Militar. No começo, Ernesto se incomodou um pouco com o som alto, o aperto e o calor. Mas depois, até ensaiou uns passos de frevo comigo e com a avó. Eu, por sinal, aprendi um novo jeito de frevar: pular com o menino agarrado na perna. Depois de um descanso rápido, vestimos de novo a fantasia, Ernesto de Ben 10 mais uma vez ( lavei a camisa rapidinho e ele tinha outro short de Ben 10) e fomos para o Bailinho dos Seresteiros da Pintaguinha. Foi

As amigas buchudas...

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Estava fuçando o Orkut da minha querida amiga, para ver as fotos da gravidez, que já está no oitavo mês... Chris está se preparando para ter um parto normal. Espero que dê tudo certo. Nossa turminha de amigas, jornalistas, mães e estressadíssimas com a tripla jornada de trabalho (dois empregos e mais a casa) estamos todas na torcida. Até porque, Chris está completando o quadro. Resolvi juntar as imagens: Chris, 2010, prestes a ter a filhinha nos braços, e a histórica foto que tiramos no final de 2005: eu, Maira, Milena e Flavinha, grávidas. Pois é, aconteceu quase ao mesmo tempo... Maira, um pouco antes. Mas os filhos de Flavinha,  Milena e o meu tem menos de um mês de diferença. Agora vamos nos dividir entre as orientações à Chris sobre amamentação, como suportar noites de insônia e melhores pomadas para assaduras, com a nossa própria busca de respostas sobre como lidar com esses pequenos, que mal deixaram as fraldas e já querem mandar na gente.

A obra conhecida de um personagem esquecido

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Todos os alagoanos conhecem muito bem o Palácio dos Martírios, o antigo prédio da intendência, ali vizinho, onde agora funciona um orgão da prefeitura, o Teatro Deodoro e o prédio mais antigo do Tribunal de Justiça. Mas quem conhece Luigi Lucarini? Pois é, o italiano que viveu em Maceió no final do século XIX e deixou sua marca em prédios suntuosos não é muito lembrado por essas bandas. Na verdade, segundo a trineta do arquiteto, Vânia Amorim, ele sequer é citado nas duas escolas de arquitetura da cidade. Para corrigir esse descaso com a memória do responsável pelo maior conjunto arquitetônico da cidade, está sendo lançado hoje um livro sobre a vida e a obra de Luigi Lucarini. O trabalho foi apoiado pelo Instituto de Desenvolvimento Humano. Vinicius Palmeira ajudou as amigas descendentes do italiano a captar recursos, levantar dados e organizar a obra. As fotos são lindas, produzidas pelos melhores fotógrafos do Estado. Aliás, todo o time que entrou em campo para produzir a obra é d

O Pianista do Silencioso

Finalmente estou lendo o romance escrito pelo meu amigo Carlos Nealdo e lançado pela Edufal em 2007. O meu exemplar foi presente do próprio autor, autográfado, é claro. Uma leitura deliciosa... A narrativa de Nealdo é dessas que ao mesmo tempo informa e deleita, conjunção difícil conquistada apenas por bons escritores. Apesar de ser uma ficção, o livro apresenta um panorama detalhado das primeiras décadas do século XX, com a primeira grande guerra alterando as relações humanas, culturais, sociais e políticas. A importância do cinema nesse período, a distância entre as realidades da Broadway e do serão nordestino, que se encontram na trajetória de um ator famoso que de repende, e da forma mais inusitada, saí do mundo dos grandes shows e vem parar no nosso prosaico mundinho... tudo isso, enriquece o texto, mas sem pesar na leitura, que flui saborosamente... Antes que alguém diga que estou jogando confetes para um amigo, aviso que Nealdo foi premiado em 2006 aqui em Alagoas com esse

Daniel e a linguagem dos sinais...

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Hoje entrevistei, para a folha universitária da Ufal, o professor Daniel Paes, aprovado ano passado no concurso da universidade, no cargo de professor de Libras. A gente logo percebe quando uma pessoa é entusiasmada pelo que faz. Daniel gosta de aprender línguas. Poderia ter feito Letras, mas é formado em Comunicação, com habilitação em Relações Públicas. Ele fala fluentemente o alemão e dá aulas na Casa de Cultura Alemã do Espaço Cultural. O interesse pela linguagem de sinais começou por influência de duas amigas espanholas. Por causa delas, Daniel aprendeu primeiro os sinais em espanhol. Depois aprendeu as libras. Assim que foi nomeado professor da Ufal, Daniel elaborou um projeto de Extensão para divulgar a linguagem dos surdos. A Casa de Cultura de Expressão Visuo-gestual Miralles já foi aprovada pela Faculdade de Letras e pelo Conselho das Casas de Cultura. Deve entrar em funcionamento ainda esse semestre e vai atender a todos os interessados pela linguagem de sinais: estudant

Em agradecimento à uma gentileza

A vida é assim, cheia de tropeços, aridez, brutalidade... mas basta um ato de simples gentileza, para mudar o panorama do dia, espantar as nuvens, trazer o sol de volta... A humanidade é assim, capaz de brutalidades terríveis, de se afastar da própria racionalidade e manifestar instintos que nem os animais revelam. Mas basta uma atitude sensível para renovar a fé nos homens e sinalizar que ainda existem e sempre existirão as pessoas confiáveis e naturalmente bondosas... Pelo menos para quem, como eu, tende mais a acreditar do que se entregar ao ceticismo, tende mais a ter esperança do que a mergulhar na amargura, e, por isso, se alimenta de cada pequeno gesto de bondade, solidariedade, carinho, para seguir em frente... Por isso, como os orientais sabem fazer, vale a pena agradecer muitas vezes, dizer muitos arigatos, muitos obrigados, para atrair mais alegria para essa vida... e às vezes, basta apenas um toque... um sorriso... um abraço... E, por que não? Uma rosa e uma

Meu dia de vítima...

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É como uma loteria às avessas, sempre pode acontecer com voce! Viver numa cidade como Maceió é o mesmo que estar na mira de assaltantes e ladrões, que agem a qualquer hora do dia, em qualquer lugar... Hoje foi meu dia de vítima... estávamos trabalhando e paramos o carro da equipe em frente à uma casa, numa rua movimentada do Farol, às duas e quinze da tarde. Eu sempre deixo minha bolsa debaixo do banco do passageiro... Quando voltamos, depois de gravar com a nossa entrevistada, o carro da TV tinha sido arrombado. Levaram minha bolsa, alguns coisas do cinegrafista, o 66, e do motorista da equipe, o Chié. Pensei logo naquele monte de documentos na bolsa, cartões de crédito, habilitação, documentos do carro! Faltou o chão... ligamos para o número de emergência, 190, e relatamos a situação. Tenho que testemunhar a rapidez da resposta... A viatura do 4º Batalhão fez uma ronda e menos de uma hora depois trouxe a minha bolsa de volta, com todos os documentos!!! Graças a Deus, porque q

Assombrações que não nos deixam esquecer...

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Li uma crônica impressionante, que me fez pensar mais sobre toda essa polêmica em torno da proposta da "Comissão da Verdade" apresentada na Conferência Nacional dos Direitos Humanos. Uma história de como as "assombrações", a oralidade popular, não nos deixam esquecer fatos que as versões oficiais teimam em omitir, escamotear, tentar enterrar memórias em covas rasas... Vale muito a pena ler esse texto de José Ribamar Bessa Freire, que começa com a lenda de uma lagoa dos negros, lá no Chile, mas que parece demais com a mística lagoa dos negros da Serra da Barriga, onde foi o quilombo de Zumbi dos Palmares, e onde também contam que negros mortos durante a invasão e destruição do quilombo, continuam vagando e entoando cantos. Vou reproduzir só um trecho do texto para aguçar a curiosidade pela leitura completa: Eis o que eu queria dizer: o Brasil é uma enorme Lagoa dos Negros. Os horrores da escravidão foram esquecidos e os bandeirantes, que assassinaram índios, tr

Trancou o bebê no carro e foi à praia com os amigos...

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Poderia ter sido uma tragédia, se uma senhora não prestasse atenção no choro da criança... Na hora que ela viu o bebê abandonado naquele carro, no estacionamento da praia de Pajuçara, ficou estarrecida. Correu para buscar ajuda na unidade do corpo de bombeiros, que por sorte fica a menos de vinte metros de onde o veículo estava estacionado... O sargento Erisvaldo forçou a janela da porta e retirou a bebê de apenas dois meses, que chorava sem parar... a criança estava suada, vermelha e já cansada, com um pouco de dificuldade de respirar... Nessa época de verão, costuma fazer 35°C durante a tarde. Dentro de um carro, o efeito estufa torna esse calor insuportável para um adulto, imagine para o bebê! Quando viu o tumulto, a mãe, Janecleide da Silva, de 19 anos, que estava em uma barraquinha da praia com amigos, se identificou e pediu a filha. Mas os bombeiros acionaram o conselho tutelar e levaram a mulher para a delegacia de crimes contra a criança. Quando a vi na delegacia, ela e

Asas são aí esses meninos...

Hoje vim dirigindo para o trabalho, ouvindo "Canto de Chegada", o primeiro CD de Dinho Oliveira , lançado em 1998. Muita poesia e muitas histórias por trás de cada canção... Dinho eu conheci em 1985, quando ele veio à Maceió visitar o irmão, Evaldo , que estava em missão partidária por aqui, e também fez umas apresentações musicais. Depois eu fui conhecer a terra deles, Poções, na Bahia. Eita turma boa! De poesia, militância política, cachaças de ervas, banho de rio, festivais de música, poeira da estrada e tudo mais... Dinho, Evaldo, Elder... Música, prosa e verso numa familia só. E mais três irmãs orgulhosas e solidárias: Marli, Mônica e Márcia. Para completar, pai e mãe de outro mundo, sertanejos com uma tolerância e uma abertura de alma fora do comum, para entender todas as loucuras e loucos que os filhos levavam para casa. Maria e Zé Baixim... A convivência com essa familia me ensinou tanto, tanto, que nunca vou poder esquecê-los... Ainda mantenho contato co

Caroneiras da Uesc

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Hoje teclei no msn com uma grande amiga, que atualmente mora em Brasília, mas eu a conheci em Itabuna, a Lucyara. Começamos a lembrar dos tempos da Uesc. Fizemos pedagogia lá de 1990-1993. Formávamos um quarteto bem unido: eu, Lucyara, Karina e Socorro. Quatro anos compartilhando estudos, sonhos e as caronas que conseguíamos na rodovia Ilhéus-Itabuna. A universidade fica no meio do caminho entre as duas cidades, numa estrada que margeia o rio Cachoeira, passando por fazendas de cacau e pasto. Um lugar muito bonito. Tenho belas recordações da paisagem no trajeto para ir às aulas, com garças nas pedras do rio. É ainda uma tradição dar carona aos universitários. Pessoas que passam pela rodovia diariamente, geralmente, dão uma paradinha para "catar" algum estudante que vai para a cidade. Isso nos dois sentidos da pista, porque de um lado ficam os caroneiros que vão para Ilhéus e do outro ficam os que vão para Itabuna. Eu, Karina, Lucyara e Socorro só pegávamos carona em ca

Ô vida difícil hoje, viu?!

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Desculpem, estou ironizando... é que tem dia de trabalho difícil mesmo: cobrir tragédias, operações policiais, homicídios... em compensação, tem dias em que la vita è bella. Hoje foi assim. Comecei no Munguzá do Pinto, encontrando amigos e dançando frevo... Depois, a segunda pauta: falar do roteiro de charme em Alagoas. Ô dureza! Se o tempo permitisse, eu até gostaria de percorrer o litoral de norte a sul (lembrando o "Alagoas de norte a sul", nome do programa que o Marcus Toledo tinha na TV Pajuçara), mas só deu mesmo para conhecer o resort Kenoa, na Barra de São Miguel. Já valeu a pena. Um lugar charmoso, com um gerente simpático, o americano James Peebles, que falou da preocupação em oferecer um ambiente requintado, mas sintonizado com a natureza exuberante. A decoração utiliza elementos do nosso litoral, mas na piscina com borda infinita, aquela em que a pérgula parece terminar no horizonte, as pedras foram trazidas da ilha de Bali, para combinar com a cor do mar.

O Pinto é dez!!!

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Quer uma receita para alimentar três mil foliões num café da manhã? Lá vai: 55 kg de milho, 45kg de açucar, 180 litros de água, 140 litros de leite, 35 litros de leite de côco, 1,1 kg de cravo, 1,8 kg de canela em pó e mais um toque especial do chef Gerson Domingos. Hoje foi servido o Munguzá do Pinto, ao som de muito frevo, sete horas da manhã, em frente ao Hotel Ponta Verde. A frevança abre a temporada de prévias carnavalescas em Maceió. O Pinto está completando dez anos e já nasceu surpreendendo. Braga Lira, um dos organizadores, contou que no primeiro desfile do bloco, eles esperavam no máximo 100 foliões. Apareceram 5 mil. De lá para cá, o frevo foi atraindo mais participantes. Ano passado desfilaram cem mil, esse ano deve aparecer mais. "Quem sai no Pinto volta e convida mais gente", disse Braga Lira. Dois personagens chamam a atenção todos os anos: um é o porta-estandarte, o pernambucano Eraldo Ferraz, que mora em Alagoas há muitos anos e é professor da Ufal

Ufal 49 anos: mais que números, somam-se histórias...

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A Universidade Federal de Alagoas completa 49 anos de fundação no dia 25 de janeiro de 2010. A instituição quase cinquentenária tem muito o que comemorar. O crescimento da universidade não se traduz apenas em números, apesar do aumento considerável de vagas para estudantes e funcionários, da expansão para o interior com dois novos campi e dos investimentos em laboratórios e prédios que ampliaram as atividades acadêmicas. Mais do que todos os indicadores quantitativos, a Ufal celebra o avanço qualitativo da instituição, com a participação destacada em pesquisas de repercussão nacional e internacional, a aprovação de graduados em mestrados de universidades renomados no país e no exterior, a qualificação dos profissionais contratados em concurso, a maioria com doutorado e a ampliação de bolsas de pesquisa para os graduandos. Em todas as unidades, recentemente, foram registradas notícias de alunos que ganharam prêmios em congressos nacionais e internacionais com apresentação de trabal

Rotina de repórter e as pessoas que surpreendem...

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O que mais gosto em trabalhar numa equipe de reportagem é circular pela cidade, conhecer ambientes e pessoas diferentes. Algumas vezes estamos em palácios, outras pisando nas áreas mais pobres da cidade. Mesmo com mais de uma década nessa rotina, eu ainda me surpreendo, e não quero parar de me surpreender nunca com o ser humano. Hoje, por exemplo, eu corri bastante para falar da poluição provocada pelos veículos desregulados no trânsito, fui até o Vale do Reginaldo registrar o início de uma importante obra de urbanização, beneficiando centenas de familias que vivem em situação de miséria. Fui à Artnor, descobrir o que as crianças estão gostando na feira de artesanato, e ainda tive que dar conta de uma pauta extra, para mostrar o tumulto que tomou conta da cidade com o apagão do final da tarde... ufa! Deu para fazer tudo, e ainda tive uns intervalos para fotografar o cinegrafista em ação e as crianças, que sempre cercam as equipes de reportagem, atraídas pelo equipamento e por ess

Manhãs Brasileiras...

A lembrança mais remota que tenho de Edécio Lopes é da minha infância. Todos os dias o rádio era ligado logo cedo no programa "Manhãs Brasileiras" e ao som da voz de Edécio e das músicas que ele selecionava, eu me arrumava para ir ao colégio. Nunca imaginaria que iria conhecer o famoso locutor e trabalharia com ele. Mas foi com prazer que convivi algum tempo com Edécio Lopes, na rádio Educativa, no período em que fui diretora da emissora, de 1999 à 2003. Edécio já enfrentava, volta e meia, alguns problemas de saúde que nos privavam da presença dele. Mas, no dia a dia, era um colega afetuoso, conselheiro e muito gentil. Os tempos da educativa me deram a rica oportunidade de aprender com ele e com outros saudosos profissionais, como Ranilson França, que no mesmo período comandava o "Balançando o Ganzá", muita coisa sobre radialismo e sobre a vida. Teve um dia que Edécio ligou, avisando que a pressão estava muito alta, e o médico recomendou repouso. Ele estav

Para quem precisa, o pouco é muito...

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Acabo de voltar da favela Sururu de Capote, às margens da Lagoa Mundaú, em Maceió. Uma comunidade de marisqueiras e pescadores, que vivem em barracos de lona e madeira. Aos poucos, essas familias estão sendo transferidas para casas populares, onde vão viver com um pouco mais de dignidade. Fui ouvir as mães sobre o Programa Bolsa Familia. Em todo o país, 25,5 mil beneficios foram suspensos por falta de frequência escolar das crianças inscritas no Programa. Em Alagoas foram suspensos cerca de mil e quinhentos beneficios e 66 foram cancelados, de crianças até 15 anos. Levando-se em consideração que o programa atende a cerca de 400 mil familias no Estado, o que significa perto de um milhão de pessoas, a quantidade de suspensões e cancelamentos não é considerada alta. Advertir, suspender e cancelar são formas do governo cobrar a atenção das familias para as duas condições: manter as crianças na escola, com pelo menos 85% de frequência, e cuidar da saúde, mantendo a pesagem e o cartão de

Caso Leal: Governo da Bahia vai indenizar a familia do jornalista assassinado

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Conversei hoje, via internet, com meu amigo, Daniel Thame. Ele conheceu pessoalmente Manoel Leal, trabalharam juntos no jornal A Região e também tomaram muitas cervejas batendo papo sobre a vida. Daniel falou que viveu sob pressão por mais de um ano, no mesmo período em que Leal foi morto, recebendo ameaças diárias. Estratégia dos poderosos locais para amedrontar a imprensa. O jeito foi transformar o medo em raiva, para continuar trabalhando... Morei e atuei como assessora sindical naquela região por seis anos. Conheço um pouco desse coronelismo, que também nos é familiar em Alagoas. A decisão de indenizar a família de Leal é considerada importante pelo reconhecimento do papel social exercido pelo jornalista, que deve ter garantido o exercício da função de informar e denunciar quando for o caso. Veja mais informações sobre o caso: O governador da Bahia, Jaques Wagner, assinou uma lei que prevê indenização para a família de Manoel Leal de Oliveira, fundador e editor do jornal A

Eduardo Galeano explica o Haiti...

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A democracia no Haiti é uma criança maltratada e subnutrida, disse o jornalista e escritor Eduardo Galeano. Ele, que conhece como ninguém "as veias abertas da américa latina", mostra como esse pequeno país caribenho, marcado pelo preconceito racial, foi esquecido até mesmo pelo "libertador da América", Simon Bolivar. Quando li Galeano referindo-se ao Haiti como um bebê maltratado, não pude deixar de pensar em Zilda Arns, que não queria ver criança nenhuma desamparada. Talvez por isso ela tenha encontrado lá a passagem para o outro mundo... Mas, voltando a Galeano, vale a pena ler o artigo tão esclarecedor e crítico. Só para se ter uma idéia: "A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia". O texto completo aqui leia também "O legado dos amaldiçoados" de Antonio Lassance foto: Lavadeiras, de Watson Etienne, retirado do link resistir.info

Um novo começo para um jovem detento...

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Ricardo Gomes de Araújo, 19 anos, é agora oficialmente estudante da Universidade Federal de Alagoas. Ele chegou para fazer a matrícula, ontem à noite, escoltado por agentes penitenciários, meia hora antes do encerramento dos trabalhos. A mãe de Ricardo, Maria Selma Gomes, já estava aflita na porta da Faculdade de Administração, temendo que ele não chegasse a tempo e perdesse a vaga conquistada, mas deu tudo certo. O abraço de alegria e orgulho emocionou a quem acompanhava a cena. Ricardo Gomes se envolveu em um assalto à mão armada no Tabuleiro, em outubro do ano passado, e foi preso depois de uma perseguição policial, na qual ele foi baleado na perna. A familia vive um drama desde então. Os pais contam que Ricardo sempre foi um bom filho e a participação dele em um crime chocou a todos. O rapaz foi levado para a Casa de Detenção Provisória de Maceió e espera que a Justiça decida sobre o caso dele. No final do ano passado, ele conseguiu autorização para fazer as provas do vesti

Sonhos de um menino de 8 anos interrompidos por bala perdida...

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Nada mais difícil do que entrevistar uma mãe que acabou de perder o filho de forma trágica... mas hoje minha pauta era essa... Glaucia Nascimento queria falar, talvez uma forma de aplacar a dor, de dividir o desespero... O filho dela, Tawan Berg Alves, de 8 anos, estava na porta da casa da avó dele, quando houve uma troca de tiros entre assaltantes fugindo de bicicleta, e perseguidores que ninguém ainda identificou quem eram... também não se sabe ao certo se a bala que atravessou o coração do menino veio da arma dos assaltantes ou partiu de quem os perseguia. O fato trágico aconteceu no último sábado, por volta das 19 h, na rua Nova Brasilia, no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió. O menino morava em Cruz das Almas, mas estava passando uns dias na casa da avó. A mãe contou que já mudou do Tabuleiro porque temia a violência do local. Mas o filho acabou sendo vítima dessa criminalidade desenfreada. Fica sempre aquela sensação de que a tragédia poderia ter sido evitada. Glauci

Por que a Venezuela? Impressões de uma viagem...

Minha amiga de longas datas, Célia Watanabe, resolveu conhecer a Venezuela, acompanhada de mais duas amigas. Pedi a ela para contar um pouco das impressões de viagem. Segue o texto dela: Por que Venezuela? Pensávamos em fazer uma viagem para a América Latina, aliás, há anos a gente cogita a possibilidade, mas nunca dava certo de viajar juntas. A escolha foi simples, seria interessante ir para algum país que nenhuma de nós conhecesse. A mais andarilha das 3 conhece quase todo o continente, a outra amiga conhece Argentina e Chile, e eu somente o Chile. Foi quando pensamos na Venezuela. A decisão foi rápida, principalmente porque a possibilidade de conhecer parte do mar caribenho era sedutora. Então fomos atrás das dicas e da organização da viagem: tudo doido, cada uma foi num dia e a volta não foi diferente. Penamos a insuficiência de dicas “quentes”, e toda sorte de atrapalhação para organizar passaporte (o meu devidamente vencido), passagem, hotéis, carteira internacional de v

Rapaz aprovado na Ufal quer sair da cadeia para estudar

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Ricardo Gomes de Araújo teve a chance que centenas de jovens queriam: foi aprovado no vestibular da Universidade Federal de Alagoas, para o curso de Administração, turno noturno. O problema é que o rapaz de 19 anos está preso por assalto a mão armada e aguarda a decisão da Justiça sobre o caso. Essa história foi tema de uma ótima matéria da repórter Carla Serqueira, da Gazeta de Alagoas, e ganhou duas páginas da edição deste domingo. Merecido destaque, já que o caso remete a uma reflexão ampla sobre a situação dos jovens num contexto social para lá de adverso. Alagoas, ano passado, entrou no ranking do Ministério da Justiça como a capital brasileira com maior índice de assassinatos vitimando jovens de 18 a 29 anos. Estamos lutando contra o crack, o desemprego, a falta de oportunidades, os baixos índices de desenvolvimento humano que ainda assolam o povo alagoano. A situação econômica dá sinais de que começa a melhorar e a depender menos de um único setor, mas ainda não é o suficien

A Regina e o Lula

Minha querida amiga Regina, uma das pessoas que cito no meu post sobre o filme de Lula, mandou um comentário por email que resolvi publicar aqui, porque Regina é uma dessas pessoas que compõem o mosaico dessa história, e acompanhou tudo bem de pertinho, ali no ABC Paulista. Abaixo o email da Rê: Lua, que boa surpresa encontrar vc recompondo sua vida de militante, que foi quando te conheci. Realmente muito dedicada e certeira. Poderia ter sido uma ótima dirigente partidária (rsrs)... brincadeirinha. Sobre o filme: mesmo não sendo "a" entendida em cinema, algumas questões técnicas me frustraram (diálogos, ligações entre cenas e épocas etc - poderia ter sido melhor trabalhado). Do ponto de vista da realidade apresentada, muito coisa também me emocionou, apesar de a vida dura dos migrantes já ser tão conhecida. Para mim, o filme preenche uma data que já tinha fugido da minha memória. Explico: eu entrei para trabalhar no sindicato dos metalúrgicos de SBC no dia 28 de maio

O Lula também sou eu...

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Acabo de assistir ao filme "Lula, o filho do Brasil". Estou emocionada... não posso fazer nenhuma análise sociológica, nem sobre os aspectos cinematográficos e a qualidade técnica da pelicula ou coisa assim... Minha cabeça viajou demais enquanto eu assistia ao filme. Muitas idéias, muitas lembranças, muitas conexões com outras vidas que compõem esse mosaico... A frase que mais ficou em mim durante o filme foi aquela dita quando o Lula resolveu recuar da greve e a base manteve o movimento. Alguém gritou "com o Lula ou sem o Lula nós vamos em frente. O Lula também somos nós!" É isso... o Lula também sou eu... Tem algumas coincidências. Ser pernambucana, ter passado a infância em Santos, ser Corinthiana kkk, mas não é só isso... eu pensei no meu pai e nos meus tios, que também trabalharam nas fábricas paulistas nas décadas de 60 e 70. Iam de bicicleta para o trabalho, de Santos para Cubatão, pegar o turno na Cosipa. Eles também eram chamados de &qu

Mais uma vez o Haiti...

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Começo o dia me arrumando para o trabalho e enquanto isso ouço o noticiário. Impossível não parar diante da dor dos haitianos, revelada nas imagens veiculadas pela TV. Dor física pelos ferimentos provocados no terremoto, dor psicológica de ver o país devastado e tantos mortos espalhados pelas ruas, dor do luto que não pode ser vivenciado dentro do costume de velar e homenagear cada morto. Tem cena mais desoladora do que uma vala comum? Sete mil corpos até agora, enterrados sem nome, sem rituais, sem as músicas e orações dos parentes... Os repórteres falam do cheiro de putrefação que deixa o ar insuportável, já que muitos cadávares ainda não foram retidados dos escombros... a fome e o desespero deixam o clima tenso...  desabrigados estão por toda a parte... Um repórter americano acompanhou uma familia aflita retirando as pedras para libertar uma menina de onze anos, presa embaixo de um monte de entulho. A criança gritava de dor, por causa dos ferimentos, e pedia agua para aplacar

O nosso "mago" do tempo

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O nosso cientista atmosférico já avisou: vem chuva forte para Maceió, entre 15 de janeiro a 15 de fevereiro. Preparem os guarda-chuvas e as botas! A defesa civil já colocou em alerta os núcleos de defesa civil das localidades de risco. Luis Carlos Molion, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal, não é apenas um pesquisador renomado, mas também corajoso. As polêmicas declarações dele de que a terra está resfriando, e não aquecendo, já foram reproduzidas em sites e jornais de vários países. Para Molion, esse papo todo de aquecimento global tem o objetivo de controlar o desenvolvimento econômico dos países emergentes. Com as recentes notícias de gente congelando no hesmisfério norte, vale a pena atentar para o que ele fala... Eu já entrevistei Molion algumas vezes. Toda vez que chove forte eu vai chover, a imprensa procura por ele. E o cientista recebe a todos, responde perguntas por telefone ou pessoalmente, de forma que possamos repassar nas matérias para a compreensão geral