Sem essa Supernanny

Hoje o Ernesto deu um "show" no restaurante do Sesc Vila Mariana. Enquanto eu estava na fila para buscar nossas bandejas de comida, ele transformou as latas de reciclagem de lixo em uma bateria e fez o maior barulho, correu de um lado para o outro jogando os chinelos para cima e quase trombou com as pessoas que equilibravam bandejas até a mesa...
Tive que perder o meu lugar na fila e arrastar Ernesto para fora do restaurante para falar com ele. Como eu estava morta de vergonha e com muita raiva, ele percebeu que era sério e prestou atenção. Voltei de novo para o final da fila e ele esperou na mesa, um pouco mais comportado, mas não tanto...
Em lugares que tem muitas crianças, ninguém liga para isso, porque todos os pais sabem que é dificil controlar tanta energia e são mais condecendentes e compreensivos uns com os outros. Quando um adulto está em dificuldades eles riem com cumplicidade e dizem "essas crianças"... Mas num lugar onde predominam adultos, eles olham de soslaio com reprovação, como se não tivessem crianças na familia, e esperam que voce consiga manter uma criança quieta e fique na fila ao mesmo tempo.
Dá uma sensação de impotência e de solidão... Mas nem pensem que eu chamaria a Supernanny para resolver o problema. Ela edita a parte que deve ir para o ar. Os momentos suprimidos devem conter chutes, pontapés e malcriações de sobra... além disso, não acredito que se deve condicionar o comportamento infantil como fazemos com os animais, e nem confio que isso dure. Para mim, depois daquele final feliz da Supernanny  a vida segue com novos problemas que não serão gravados para os programas de TV. Por isso, sem essa Supernanny!
Quando me sinto a mãe mais sem firmeza do mundo, porque não consigo por ordem na bagunça do Ernesto, eu gosto de abrir o orkut numa comunidade que me consola desde que ele nasceu: Mães de Meninos http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=7961211
Quando ele era bebê e não dormia muito e eu estava morta de cansaço, encontrava mães reclamando que não dormiam nada há meses e eu começava a pensar com mais calma que essa fase ia passar... Hoje, procurei um tópico sobre pais preocupados com os comportamentos "inadequados" dos pequenos em ambientes públicos, e encontrei pérolas como essas:

“O meu pequeno tem 2 anos e 3 meses... e o que ele faz que me deixa morrendo de vergonha é dar tapa nas pessoas...”


“Fomos ao teatro com o Arthur, de 3 anos e 10 meses, ver Tarde de Palhaçadas. O Arthur foi chamado para uma brincadeira no palco mas não quis responder às perguntas do palhaço, correu pelo palco às gargalhadas ficou se pendurando pelo braço do palhaço... eu e o pai não sabíamos onde enfiar a cara”

“Uma vez na sala de espera da pediatra lotada ele grita: mamãe me ajuda MEU PINTO TÁ DURO ... kkkkkkkkkkkkkkkk ...todo mundo olhou para minha cara esperando ver minha reação... “

“Ontem mesmo eu fui ao banco ele se jogou no chão, deu um escândalo e eu fiquei com a maior cara de tacho...”

He he he depois de ler esses e outros depoimentos, eu não preciso de nenhuma metida como a supernanny para me dizer que eu devo dar biscoitos para o meu filho "abanar o rabinho". É normal, isso passa e eu vou descobrindo a melhor forma de conversar com o meu pequeno e conseguir alguns avanços. De um modo geral, a minha raiva passa assim que ele olha para mim com doçura e fala "desculpa mamãe"

Comentários

  1. É... passa! Olha pra mim. Quem diz que esse lord inglês que sou hoje era tão danado ou pior que Ernestinho quando pequeno? hehehehe beeeijo

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  2. Rarará. Ri litros com o Ernesto e com as outras 'pestinhas' do final do post.

    Depois dessas raivinhas você deve perceber mais o quanto ele é indispensável, não?

    Abraço.
    Isolda.

    E parabéns pelo blog e bem vinda a blogosfera.

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  3. Eu sempre dei graças a Deus por minha filha ser um doce de criança e super obediente. É enérgica como qualquer criança de 4 anos, mas em geral ela corresponde às minhas ordens sem maiores dores de cabeça (salvo por um dia ou outro em que ela está mais "inspirada", mas tb se não fosse assim eu ia achar e ela era um robô!!).

    No entanto, estou esperando mais um, e parece que será menino. Eu fico me perguntando se é agora que eu vou "pagar" todos os meus "pecados" (afinal, até agora não tive maiores dores de cabeça, não perdi noites quando ela era bebê e todas estas coisas que as mães reclamam, e que a minha não fez, mas que eu fiz MUITO com meus pais).

    Seja como for, tô contigo e não abro: sem essa de "adestramento". Cada ser humano é completamente diferente do outro, e eu não espero que as coisas que funcionam com Luisa funcionem com o próximo filho, seja de qual sexo for. As crianças precisam ser tratadas da forma como nós gostamos de ser tratados: respeitando seu temperamento, sua individualidade... E essa a grande graça dessa coisa de ser mãe: estas pequenas descobertas cotidianas do outro, mesmo quando "o outro" é uma pessoinha pequenininha e fofa. hehehehe

    Abaixo a Supernanny!!! hahahahaha

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