No subterrâneo mundo de Psique

Ando cumprindo com todas as minhas tarefas diárias: trabalho dez horas por dia, no mínimo, cuido de Ernesto e minha casa está o mais arrumada possível, levando-se em consideração que tenho um furacão de quatro anos dentro de um apartamento de dois quartos.

Mas apesar de externamente a vida andar na rotina, a verdade é que nos últimos dias estou como Psique descendo ao inferno. Um lugar onde é preciso abandonar as esperanças para que as sementes germinem em silêncio, antes de poderem se erguer de novo à luz do sol.

Mas vou logo acalmando aos amigos. Não tem nada a ver com depressão. Depois que eu li "O Demônio do Meio Dia", de Andrew Solomon, há uns sete anos, eu descobri que tenho uma reserva de energia considerável para me manter longe desse estado, mesmo diante dos contratempos da vida. Na época eu era repórter da área policial, trabalhava durante a madrugada, e uma certa "melancolia" me contaminava quase todos os dias... Também, eu via cada cena...

Mas quem me conhece de perto sabe que eu tenho uma grande tendência à alegria, graças a Deus. mesmo assim, é inevitável em algumas fases, descer as escadarias que levam aos nossos sentimentos mais profundos e visitar os monstros, nem tão assustadores assim, que deixamos escondidos nas cavernas do nosso ser. Aliás, com o tempo e a experiência, tenho cada vez menos medo dos meus fantasmas. 

Talvez, por isso, escrevi pouco esses dias. Quando andamos assim, os pensamentos são confusos. Fica-se na espreita, na tentativa de interpretar os sinais mais internos. É difícil explicar essa nebulosidade em palavras. É mais fácil ouvir música e ficar sentada imóvel feito um largato grudado na parede.

Apesar disso tudo, estou fazendo novos amigos e planos para um próximo sábado bem divertido. Então, estou normal...

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