Maternidade...

Meus amigos sabem que, fora os assuntos de trabalho, o tema mais recorrente nas minhas conversas é o meu filho de três anos. Também, pudera... por muito tempo priorizei a profissão. Há alguns anos, como educadora sindical, vivia uma vida muito tumultuada, entre greves e ocupações de terra, mudando de endereço muitas vezes... nesse contexto não dava para pensar em ser mãe...

Depois, quando comecei a atuar como jornalista, era aquela correria e instabilidade, que todo colega conhece. Daí as coisas foram acontecendo: passei no concurso público da Ufal, conheci uma pessoa legal, no entanto, já parecia tão tarde... apesar de praticar atividades físicas e ter uma boa saúde, eu já estava com quase quarenta...

Mas papai do céu é muito bom comigo e veio o Ernesto. Um menino lindo, cheio de saúde e imaginação, que está crescendo rápido. Nasceu de um parto normal relativamente tranquilo ( não dá para dizer que não doeu, mas não foi coisa de outro mundo).

O parto já foi uma história. A bolsa estourou no meio da madrugada. Meu (naquela época) marido não sabe dirigir e quis chamar um táxi, mas eu disse que não precisava. "Dá para levar". E lá fui eu para a maternidade, dirigindo em meio as contrações... chegamos bem. Entrei na sala de parto, seis horas da manhã, e quarenta minutos depois estava com meu bebê nos braços, mamando de primeira... foi no dia 21 de março de 2006.

Dia seguinte, coloquei Ernesto no bebê conforto, e voltei para casa dirigindo...

De lá para cá, minha vida mudou completamente. Eu me surpreendo todos os dias, eu me emociono com frequência, eu choro sem motivo às vezes, eu rezo e agradeço o tempo todo...

Eu também tenho mais medos: o aquecimento global, a violência urbana, o avanço do tráfico... tudo agora me atinge de uma forma particular, porque além dos interesses coletivos, isso pode ameaçar a segurança da pessoa mais importante do mundo para mim.

Acredito que esse post foi criado meio à guisa de explicação. Como jornalista, espera-se que meu blog comente assuntos do cotidiano e acontecimentos ditos jornalísticos. Mas para mim "nenhum som me importa afora o som do teu nome que eu adoro". Não tem jeito. Ernesto vai estar tão presente nos meus escritos quanto está no meu pensamento.

(Na foto, eu quando estava grávida do Ernesto de oito meses, no início de 2006. A foto foi tirada pelo então colega da Ascom Ufal, Ronaldo Lima)

Comentários

  1. Nossa Lua, que lindo! Adorei! E outra, nenhum outro tema sobre o qual vc falasse, teria tanta emoção e seria tão específicamente importante. Acho que é isso, a gente escreve mais e melhor sobre coisas que nós gostamos, queremos ou vivemos. Por isso, continue escrevendo sobre o Ernesto! Ele merece!! E nós tb! =)

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  2. Eu vou apertar as suas bochecas! Hahaha
    Lindo post, Luinha! Beeeijo!

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  3. Nossa que lindo ... adorei conhecer essa história maravilhosa e perigosa. kkkkkk Dirigir um carro sentindo várias contrações deve ter sido um sufoco. Um ato de coragem.

    Ainda não sou mãe, mas é um sonho! Com o seu belo texto pude sentir toda a emoção desse momento mágico.

    Parabéns e felicidadesss!

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