Essa viagem até nada...

Algumas situações da vida nos fazem pensar na ridícula vaidade humana, que muitas vezes ressalta com uma enorme ansiedade metas que, uma vez conquistadas, não valem grande coisa...

Fiquei pensando também no reverso, vidas dedicadas a ideiais realmente grandiosos, mas que, uma vez alcançados, foram de tal forma manipulados, que se transformaram também em nada pelo que valesse a pena morrer...

Refletindo sobre essa coisas, lembrei de uma música que ouvi com emoção há alguns anos, em Cuba. A letra poética e profunda revela com muito mais clareza o que estou querendo dizer. Ainda mais porque se trata de um poeta que viveu em um país que bradava nobres ideais, e, como diz Luis Eduardo Aute, em "La Belleza", quase tudo acabou como escadaria para a glória de poucos.

Não é com pessimismo ou amargura que faço essas reflexões. Como diz Fernando Pessoa "tudo vale a pena se a alma não é pequena". Por isso, para mim nada que foi feito com dedicação e amor se perde totalmente, mesmo quando não traz os resultados esperados. Ficam alguns avanços, muito aprendizado e lições para o futuro.

Sobretudo, aprender que vale a pena buscar a "beleza" na simplicidade das coisas. A letra de Aute que me inspirou está no link. Não me atrevo a traduzir tudo, porque meu espanhol não chega a tanto, mas só um trechinho, para despertar a curiosidade:

"Inimigo da guerra, e seu reverso, a medalha, não propus outra batalha que livrar o coração de jogar o corpo à terra, sob o peso de uma história que ia elevar até a glória o poder da razão. E agora que não há mais trincheiras, o combate é a escalada, e aquele que alcança o mais alto, põe a salvo sua cabeça, ainda que afunde no asfalto a beleza"*

*por favor, se alguém puder traduzir melhor, eu recoloco o texto

foto de Aute: google

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