A polêmica da "carteirada"

Policiais do Tigre - Tático Integrado da Policia Civil - alegam que estavam à trabalho quando tentaram entrar nos cinemas da Centerplex para "investigar" venda de drogas. A gerente do estabelecimento garante que eles não apresentaram nenhuma documentação comprovando a operação policial.

As contradições ainda serão investigadas, mas tem dois fatos que estão evidentes: o primeiro, não havia a menor necessidade daquele "desfile" de policiais armados para deter uma gerente que estava cumprindo a função dela, e não havia porque arrastá-la pelos corredores mais movimentados do shopping, diante de familias e demais clientes. Está claro que os policiais quiseram "punir" a gerente com o constragimento da situação.

A segunda constatação, bastante clara para todos, é que a cultura da "carteirada" é mais do que comum em Alagoas. E não é só entre policiais não. Em todas as categorias que se sentem de alguma forma "autoridade", até mesmo entre jornalistas e radialistas, existem pessoas que exibem a credencial do trabalho como se este documento os desobrigasse de pagar pelo que consomem.

Em vários casos, nem mesmo carteiras profissionais os "clientes" têm para apresentar, mas ficam brandindo o parentesco e o sobrenome, ou já saiu de moda o famoso "voce sabe com quem está falando"?!

A semana toda será consumida em explicações sobre o incidente ocorrido nesta segunda-feira, no shopping Pátio Maceió. Eu sinto muito que em pleno Dia Internacional da Mulher, a gerente Andréa Marques tenha passado por esse vexame desnecessário.

Mas já que o fato aconteceu de uma forma tão escancarada, vamos abrir a discussão. As "carteiradas" aqui acontecem no cinema, no teatro, no estádio de futebol, e justamente os mais altos salários são os que menos fazem questão de pagar. Essa obrigação é só para os pobres mortais.

Está mais do que na hora de cobrarmos o fim desse costumezinho deselegante, assim como já estamos nos acostumando a respeitar faixa de pedestre, vagas de deficientes e outras regras sociais, por causa da cobrança coletiva. Então, por favor, vamos abrindo a carteira e tirando o dinheiro para comprar bilhetes como todo mundo, tá?

Imagem retirada do capitaoluizalexandre.blogspot.com

Comentários

  1. Esse episódio é revoltante e infame. Quer dizer que queriam prender um traficante? Mas prefeririam prender uma perigosa gerente?

    Essa conversa de operação policial não tem o menor fundamento.

    O que ocorreu foi um caso de abuso de autoridade, partindo de agentes públicos que não tem a menor noção do que seja estado democrático de direito.

    O caso pede providências do executivo. O governador do estado precisa se manifestar e punir, na forma da lei, essa infâmia.

    Não creio que é pra isso que pagamos impostos.

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