Revirando as gavetas da memória...

Remexendo velhas gavetas, encontrei duas fotos da infância. Numa delas, eu estou com três anos, em frente ao meu pai, minha mãe com minha irmã de um ano no colo, diante do fusquinha da família. Também estão na foto o tio Ernandes, já falecido, a esposa dele, que era peruana, e as duas filhas. Na outra foto, estamos eu, meu pai e minha irmã, já com outro fusquinha, na via Imigrantes, logo quando foi inaugurada, em 1974.

Fiquei lembrando de como meu pai adorava dirigir ( com 75 anos e deficiência parcial da visão, não pode mais guiar o carro). Essa é uma das coisas que herdei dele: gostar de dirigir e de cair na estrada.

A via Imigrantes, em especial, foi muito importante para garantir mais anos de vida ao meu pai. Antes dessa estrada mais larga e mais reta, ele se achava Roberto Carlos, nas curvas da estrada de Santos, descendo a Serra do Mar pela Anchieta, com excesso de velocidade e escassez de prudência.

Por um tempo, meu pai foi morar na Bahia, em Camaçari, para trabalhar nas indústrias de lá, e nós ficamos em Santos. Ele adorava pegar o fusquinha, e depois um passat, e percorrer os quase dois mil quilômetros entre Camaçari e Santos, em uma viagem rápida, quase sem paradas, e com o pé pesado no acelerador.


E gostava também de inventar viagens, para colocar a familia toda no carro. Numa dessas, fomos até Aparecida do Norte. Nem pense que meu pai e o tio Ernandes eram religiosos e foram pagar promessas. Ele gostava mesmo é de ter um bom motivo para pegar a estrada.

Meu pai me ensinou a dirigir ainda criança, e com 13 anos já me entregava o carro no caminho entre Flexeiras e Maceió, porque ele voltava com o teor etílico muito acima do recomendado. Pois é, guiar eu aprendi com o velho Luna, mas respeito às regras de trânsito, eu tive que aprender depois...

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