Para quem precisa, o pouco é muito...

Acabo de voltar da favela Sururu de Capote, às margens da Lagoa Mundaú, em Maceió. Uma comunidade de marisqueiras e pescadores, que vivem em barracos de lona e madeira. Aos poucos, essas familias estão sendo transferidas para casas populares, onde vão viver com um pouco mais de dignidade.

Fui ouvir as mães sobre o Programa Bolsa Familia. Em todo o país, 25,5 mil beneficios foram suspensos por falta de frequência escolar das crianças inscritas no Programa. Em Alagoas foram suspensos cerca de mil e quinhentos beneficios e 66 foram cancelados, de crianças até 15 anos.

Levando-se em consideração que o programa atende a cerca de 400 mil familias no Estado, o que significa perto de um milhão de pessoas, a quantidade de suspensões e cancelamentos não é considerada alta. Advertir, suspender e cancelar são formas do governo cobrar a atenção das familias para as duas condições: manter as crianças na escola, com pelo menos 85% de frequência, e cuidar da saúde, mantendo a pesagem e o cartão de vacinas em dia.

Andei pela favela, onde mulheres ocupadas despenicavam sururu, aproveitando que o molusco voltou à lagoa. As que conversaram comigo estão com o programa em dia, e cuidam bastante para cumprir as regras e receber os 170 reais em média, que para elas ajuda em muita coisa...

Andando por ali e observando a miséria do lugar, dá para entender melhor o que diz o relatório da Unesco, divulgado nessa terça-feira, informando que o Bolsa Familia ajudou a transferir de 1% a 2% da renda bruta nacional para a população mais pobre do pais. Parece pouco, mas não é...

Assista à matéria veiculada na TV Pajuçara

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